Microcosmos e microcontos - OpinaMundos
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Microcosmos e microcontos

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Coisas de Brasília
A história era velha, mas o personagem central era novo. Coisas de Brasília que insiste em escrever a mesma novela às avessas: estrelando mocinho ladrão, povo na mão e mulher popozão.

Deserto da vida
O relógio não andava, o tempo descansava e a paisagem era vazia. Era assim que me sentia, sentado naquele trem em plena luz de meio dia.

Diálogo insólito
Em uma sala fria de um escritório havia dois personagens conversando horas a fio. Detalhe maior é que nenhuma palavra se ouvia, apenas gruídos. De repente tudo foi esclarecido. Um deles gritou:
- Deu pau! Droga! Você perdeu todo o dialogo que eu lhe escrevia.

Nada está perdido
Tudo parecia estar perdido pra ele naquele dia. Sua mulher lhe cobrava mais atenção e carinho, seu filho uma roupa de marca e estilo e sua filha aquele vestido bendito. No trabalho seu chefe pedia mais compromisso e os amigos diziam que andava sumido.  Mas chegando em casa finalmente veio o alivio. O abano do seu cão chamado Rabito.

Caminhada
Tinha caminhado muito naquele dia, o suor do rosto caia as bicas, mas por mais cansado que me sentia de nada valia o esforço que fazia, pois nenhum grama eu perdia. Acordei cansado e suado.




Partida emocional
A partida seguia empatada e o tédio tomava conta daquele estádio. Segundos para acabar a peleja, o juiz, a figura mais neutra em campo, fez o que parecia improvável. Apitou um penault inexistente. Que tragédia e que alegria. O tédio não mais tomava conta daquele templo futebolístico. Advertido pelo bandeirinha a figura mais neutra em campo, o juiz, voltou atrás em sua decisão. Que alívio e que tragédia ao mesmo tempo. Placar final, emoções várias e juiz piiiiiiiiii! 

Almoço de domingo
A cozinha estava movimentada naquele dia, era um entra e sai danado, uma falação daquelas e o cheirinho de comida caseira era convidativo. As crianças inquietas e risonhas estavam proibidas de chegarem perto daquele local sagrado. Ah! Que saudade dos almoços de domingo na casa da vovó.

Tocante
O telefone tocou naquela madrugada fria. A saudade estava do outro lado da linha, materializada numa voz meiga e chorosa. O perdão assim nascia no instante que a saudade se esvaia.


Mariinha
Chegava à hora da partilha de bens. Um acordo plausível entre as partes parecia impossível. O clima estava tenso entre o casal. Qual seria o destino de Mariinha.
            - Ela é minha! – gritava a mulher.
            - Minha! Adoro sua empadinha – resmungava o marido.
            - Minha! Deixa as roupas limpinhas! – retruca a futura ex-esposa.
            - Ok! Troco ela pela casa na Prainha – propôs o ex-marido. 
            - Fechado! – diz a ex-mulher toda serelepe.
Assim foi selado o destino da empregadinha. Pobre Mariinha que nem casa tinha.


Geometria da Vida
O mundo girava em círculo, mas a vida daquele homem parecia quadrada, mesmo estando envolvido num triangulo amoroso. Cabisbaixo com toda a situação de indefinições decidiu dar uma guinada de 180º graus em sua vida. Desistiu do triangulo e tornou sua vida mais reta, tudo isso fez graças ao mundo que insiste em girar em círculo.      

Pseudo-Amigos
Fulano insistia em falar mal de Beltrano, que por sua vez, danava a sentar o pau em Sicrano. Este também não deixava barato e descia a lenha em Fulano. Apesar de todos estes maldisseres, Fulano adorava Sicrano, que era amigo íntimo de Beltrano e este amava profundamente Fulano.   

Os amores de Ramiro
José representou muito na vida de Maria, e pode-se dizer que Maria também foi muito importante para José. Ramiro era a única prova linda e viva de que aquele amor um dia existiu. Hoje, Maria ama Joaquim e José é caído de amores por Ana. Entre amores e desamores, o melhor de tudo é que Ramiro será sempre amado por todos.

Adeus Rabito
Os olhos de um cão sempre dizem tudo. Acho que é por isso que eles apaixonam os homens. Fidelidade em pessoa o cão é incapaz deixar seu dono por qualquer coisa que não seja a morte. Hoje meu cão me deixou, e em meus braços deu seu último suspiro... Deixando em meu coração vários suspiros de saudades... Adeus Rabito, confesso que tudo foi muito lindo.








Elviros do Ipiranga
A decepção amorosa havia sido grande. Num momento de fraqueza, aquele homem, sempre pacato e defensor da moral e dos bons costumes, afogou todas as suas mágoas num barzinho chinfrim. Como nunca havia bebido na vida, com poucas doses o mundo girava velozmente em sua cabeça. Quando já pensava que tudo estava perdido, eis que surge uma beldade de outro mundo aos seus inebriados olhos. Seu coração disparou e mesmo cambaleante se aproximou sem vergonha alguma do seu novo affair:
- Só posso estar apaixonado, você é lindíssima! Que pernas você tem! Já me vejo casando contigo... – era um rosário de elogios às vezes sem nexo dado o alto grau de embriagues. – Puxa nem me apresentei, meu nome é Elviro de Freitas, vendedor ao seu dispor!
- Nooossaaa coincidência, Elviro de Bruços, entregador, me chama que eu vô! – Responde toda serelepe.
A partir daquele dia Elviro nunca mais ousou beber.


Mariinha II
Chegava à hora da partilha de bens. Um acordo plausível entre as partes parecia impossível. O clima estava tenso entre o casal. Qual seria o destino de Mariinha.
            - Ela é minha! – gritava a mulher.
            - Não vivo sem ela, já disse! Adoro seu tempero – resmungava o marido.
            - Ela é tão caprichosa – murmura a futura ex-esposa.
            - Ok! Troco ela pela casa na Prainha – propôs o ex-marido. 
            - Fechado! – diz a ex-mulher toda serelepe.
Assim foi selado o destino da empregadinha. Pobre Mariinha que nem casa tinha.










Paradoxo Coração Humano
O coração é terra fértil, plantando amor tudo dá. Mas também é terra estranha, que se esvazia em maré baixa. É cristal lapidado quando está apaixonado, que se quebra muito fácil, pois é vidro pouco raro. O coração humano é tão humano que é um paradoxo em si. E o lindo vira feio e o tudo em quase nada. E assim segue a tragédia humana e sua incansável busca de tentar ser o que nunca foi. Perfeito. Posto que, é mortal se julgando apto a imortalidade, cuja única função é a esperança da plenitude. Lugar onde tudo é amor e a terra é sempre fértil, a paixão não existe e do coração precede as fontes da vida. (Alex Campos)

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele precede as fontes da vida!" Provérbios 4:23


Misterioso Universo Feminino
Sexo frágil? Uma flor delicada que nos faz de gato e sapato? Homem-cavalo que pisa na rosinha, coitadinha? Sempre tão bonitinha, cheirosinha, lindinha e espertinha... Tudo tem que ser na horinha, perfeito e nunca sem jeito. Sexo frágil? Sim, por que não? Trabalha fora é mãe, mulher e amante sempre a disposição, às vezes não. Mulher é bicho complexo, sem manual de instruções, nos encanta e nos enfurece em segundos. Dar valor ou não dar valor nenhum? Acarinhar ou ser grosso? Ser aquilo ou ser isso? Esqueça... Elas são auto-suficientes, ou pelo menos, fazem um grande esforço para transparecerem fortes, mas no fundo são frágeis. Acho que isso nunca será revelado, posto que misterioso é, esse complexo universo feminino.








Reflexo
 - Eu vi! Você não viu?
- Não! Era pra ver?
- Claro! Está na sua cara! Não ta vendo?
- Não! Que chato você!
- Meu senhor, não posso crer que não vê. Está sob suas barbas!
- Caramba! Como pode? Nunca tinha visto isso em mim. Sempre estive cego, só pode ser.
- Que cara de pau você, heim! – Exclama o nobre deputado para si, no espelho do banheiro da Câmara Federal.


O Primeiro Ultra-Som Ninguém Esquece
Era seu primeiro ultra-som na vida. A ansiedade tomava conta do ambiente.
Miede diez milímetros, veja! – diz o médico em portunhol arrastado.
– Dez? Meu Pai! Sai na urina? – questiona o “impaciente”.
– Tienes filho? – pergunta o médico.
Silêncio na sala...
– Tienes filho? – insiste o doutor.
– Hã? ... sim, sim, tenho. – finalmente responde o combalido.
– Pos sentirás la misma dolor do parto de su esposa! – Decreta a entidade de branco.
– São 50 reais senhor... – cobra a secretária da entidade, que recebe prontamente, sob o olhar atônito, do infeliz portador de pedra nos rins.   










Bar Pós-Graduação
Após uma noitada daquelas o pobre coitado foi tomar a famosa “saideira” num lugar bem peculiar chamado Bar Pós-Graduação. Resultado final da noite. Saiu especialista em diversas modalidades:
Consumo Etílico Avançado;
Para  aquisição de uma Cirrose Hepática;
Ventilação sobre Fofoca  Alheia
e a mais concorrida de todas as especialidades oferecidas:
Ênfase em Cornologia Aplicada;
  

Um dia comum às vezes é muito raro
Parecia mais um dia rotineiro na vida daquele funcionário público. Não planejava nada de extraordinário. Acordou, fez sua higiene básica, vestiu-se rapidamente, tomou café, desejou um dia comum e saiu com seu carro particular, uma Mercedes 44 lugares sentados e 50 em pé, ele era um dos 50 pra variar. Saindo do ônibus, uma cena mudaria não apenas seu dia, mas seus conceitos.
– Que foi? – Reclama a moçoila para outra donzela
– Ta me estranhando? – Pergunta à donzela, sentando a mão na cara da moçoila.
– Ta maluca? – Questiona em alta voz a moçoila, esganando e jogando-se em cima da donzela como se fizessem amor e não uma guerra em público.
Sob olhar atônito aquele homem concluiu que: Já não se faz moçoilas e donzelas como antigamente, ou será que, não se faz rotina como antigamente. – Sinais do tempo! É lógico! – Concluiu em alta voz, finalmente.








Mama nostra
Chegando ao trabalho aquele homem reparou uma vistosa mãe, adentrando sua repartição pública. A rotina parecia prevalecer naquele dia. Mas logo quem, vem ao seu encontro para ser atendida? Sim, ela mesma a mãe vistosa.
Preenchia de forma automática um longo questionário, onde prontamente a mãe vistosa, respondia sem titubear.
Enquanto seus olhos pendiam entre o frio papel e a vistosa mãe, esta sacou sua mama esquerda e prontamente oferece para seu rebento faminto. Agilmente os olhos daquele homem correram para o frio papel, tentando se controlar para não admirar tal cena maternal e assim não constranger a vistosa. Porém a curiosidade era grande, ver ou não ver? Os olhos continuavam a pender entre o frio papel e agora para a cena maternal. Mas logo os olhos estavam no frio papel preenchendo sagazmente cada linha e lacuna. Porém mais uma vez a curiosidade era grande, ver ou não ver? Ergueu seus olhos, sem maiores intenções e sol brilhou... Ali estava a sua frente aquela linda mama desnuda sem nenhum constrangimento, aos olhares famintos daquele pobre homem que prontamente passou a balbuciar monossilabicamente em sua mente:
 – ma...ma...ma...ma...ma…ma…

A sorte é para os sortudos

Era final de tarde, voltava do trabalho de carro particular, um Mercedes 44 lugares sentados, e trocentos em pé. Pra variar eu era um dos trocentos. E pra variar mais um pouco, o ônibus era palco de mais um evento daqueles.
- Oi gente... - grita, uma pobre senhora de meia idade e desdentada que acabara de adentrar aquele silencioso recinto, passando pela roleta .
Ninguém responde.
- Desculpe... Gente é que meus fio tão doente... eu já pedi uma vez, e de novo to pedindo pelo amor de Deus!
O silêncio continuava mortal.
- Gente eu to desem.... (pausa) perae, esse ônibus ta indo pra onde?
- Vila Velha senhora, terceira ponte, esse é o último ponto antes da travessia - diz o trocador pacientemente.
- Ai meu Deus, eu tenho que descer num quero ir pra lá não, num vai dar tempo... nossa paguei a passagem atoa... gente 10 centavos, 5 centavos, qualquer coisa... motorista! espera! deixa eu descer, num fecha a porta não... (O silêncio continuava mortal). Ai me ajuda meu Pai - Desceu desconsolada a pobre infeliz.
Fica a máxma: A sorte realmente não acompanha os aflitos. (Alex Campos)

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