Continuar lendo
Como meu pai costuma dizer: as novas redes sociais são confessionários modernos. Em parte ele tem razão, mas de certa forma admito que uns fazem deste espaço de livre manifestação, desnecessária exposição e verdadeiros "sincericídios". Prefiro expor ideias e de vez em quando compartilho bobagens, utilidades, futilidades e fotos pessoais, como a maioria das pessoas fazem inocentemente ou intencionalmente mesmo...
Gosto de escrever #microcontos, pequenos textos, de fatos que vi, vivi, ou apenas inventei mesmo, colocando a criatividade literária para trabalhar, se é que tenho esse dom... Ah, gosto de reticências nos meus textos, parece que elas sempre vão completar o que gostaria de dizer a mais, e não consegui por incompetência literária, ou por liberdade criativa, uma tentativa de não limitar o texto... sei lá...
Não sei nem porque estou escrevendo isso aqui, para um monte de gente ler, ou como quase sempre acontece, uma outra pessoa ler, e de vez ou outra curtir e raramente comentar... E como isso mexe com o ego humano. A necessidade de chamar atenção, expor o que sente, sua alegria, ou falsa alegria, expor e se expor, mesmo que ao ridículo... E quantos temem essa sensação do ridículo, da crítica, e assim se fecham, são superficiais, não constroem laços fortes com ninguém, e pior negligenciam ao próximo o seu melhor sorriso, sua melhor companhia, sua sincera amizade, negligencia o que há de melhor em você. E tudo por que? Medo do outro. Do apontar do outro, do pré-julgamento do outro, daquilo que talvez o outro veja em você, o que ele gostaria de ser, ou odeia em si, por que tem o mesmo defeito...
Duvido que você esteja lendo este texto até aqui, mas se estiver, confesso que fico feliz com sua atenção, e como este mundo tão moderno e com tantas formas e ferramentas para se chamar atenção, carece de atenção. As pessoas infelizmente mendigam atenção, chamando atenção das mais variadas formas, e as celebridades tão invejadas pelos mortais, estes coitados, devem ser os mais carentes de atenção genuína. Se expõem excessivamente nas mídias, têm milhares de fãs e seguidores, mas sempre confessam sentirem-se sozinhos, quando as luzes se apagam e o show termina.
Não sei qual será a moral da história que quero dar a esse texto, se é que tudo tem que ter moral para ter sentido. Texto que nem deveria ter tanto conteúdo assim, pois quando introduzi a primeira palavra #confessionário a intenção era falar de política, mas como sempre falo disso e quase ninguém comenta, escrevo microcontos, poesias e quase ninguém lê, acho que acabei apelando e sendo um pouco mais pessoal. E como faz sucesso se confessar nesta telinha do Facebook... Aposto que receberei vários comentários, ou curtidas nesse texto... Mentira, não aposto nada, alias não confesso nada!!! Pois tudo o que eu ou você disser ou não disser por aqui poderá se voltar contra mim ou contra você. Em todo caso arrisque-se.