Continuar lendo
Segundo publicação do G1, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), afirmou no evento online Conexão PIX, que o sistema de pagamentos Instantâneos do Brasil, PIX, vai terminar em uma moeda digital.
Segundo ele, o sistema culminará em uma versão digital do Real:
“A gente imagina que o sistema financeiro no mundo é [no futuro] quase todo digital. E culminando com o que a gente chama de moeda digital, que a gente vê lá na frente”, disse
“O PIX é um pilar fundamental”, declarou Campos Neto sobre a grande novidade do sistema financeiro brasileiro em 2020.
Com o objetivo de interligar instituições bancárias, o PIX tem como princípios principais ser seguro, aberto, barato, transparente e rápido, disse o presidente do BC no evento virtual.
PIX é uma resposta ao bitcoin
O presidente do BC argumentou, durante o lançamento oficial da logomarca e identidade visual do PIX, que é do Bitcoin e das criptomoedas que nascem as necessidades de “um instrumento de pagamento que seja barato, rápido, transparente e seguro”.
“Nós vamos prover a rede que irá conectar fintechs, com bancos e instituições financeiras. Este é o principal projeto do Banco Central do Brasil para este ano”, declarou, enfatizando que o objetivo é “aumentar a competição do mercado, incluir mais pessoas na economia, facilitar as transações e diminuir os custos de todo o processo”.
“A ideia é fazer com que qualquer estabelecimento comercial seja um lugar onde as pessoas possam sacar dinheiro. Isso vai ser bom para as pessoas, porque elas vão precisar ter menos dinheiro na carteira. Vai ser bom para os estabelecimentos porque vão otimizar o volume de dinheiro que vão manter em estoque”, explicou Campos Neto.
Enquanto o Brasil engatinha nesse processo, a China, no meio da crise da Covid-19, sai na frente ao lançar a primeira criptomoeda governamental do mundo: o e-renminbi (e-RMB)
Já se especulava há algum tempo se as moedas virtuais não seriam mais cedo ou mais tarde adotadas por Estados nacionais. A China saiu na frente nesse processo lançando em maio de 2020 a primeira criptomoeda governamental do mundo. No momento a China está expandindo testes com esse ativo virtual que é vinculado à moeda chinesa e operado pelo banco central do país.
Ronaldo Lemos em seu artigo "Surge uma criptomoeda governamental"
(Folha de São Paulo) reporta bem como essa revolução financeira está ocorrendo por lá.
(Folha de São Paulo) reporta bem como essa revolução financeira está ocorrendo por lá.
"Cidades como Pequim, Chengdu e Shenzhen são algumas das primeiras a atuar no projeto. Por exemplo, funcionários públicos dessas cidades vão começar a receber salários na nova moeda virtual a partir de maio. Um aplicativo específico de carteira virtual é utilizado para fazer transações.
No entanto, a facilidade de uso é total. Isso ocorre porque na China a maioria dos pagamentos já é hoje digital. Tudo se paga pelo celular.
Moradores de rua, por exemplo, carregam placas com seu código QR, porque sabem que o celular é a única forma de receberem um auxílio (quase ninguém carrega dinheiro em papel). Só que esses pagamentos digitais ainda eram atrelados ao dinheiro convencional. A ideia é que agora possam funcionar também com base na nova moeda virtual.
Tudo isso contrasta fortemente com a situação do Brasil, país em que 1 de cada 3 adultos não tem sequer conta bancárias. As imagens de pessoas dormindo nas ruas em longas filas na porta de agências da Caixa para tentar receber o auxílio emergencial dão conta do tamanho da calamidade que a exclusão financeira provoca.
Países como a Índia e a China promoveram, nos últimos dez anos, um processo de bancarização gigantesco. O Brasil ignorou essa questão e agora paga um preço enorme por isso, cobrado em vidas.
Com a nova moeda virtual, a China aprofunda a digitalização da sua economia, com possíveis repercussões globais.
É curioso notar que o que acelerou a moeda virtual do país foi justamente a publicação pelo Facebook do seu projeto chamado Libra. No projeto, a empresa propunha criar uma moeda virtual global, que poderia servir de alternativa monetária ao dólar.
Lançado com grandes expectativas, o projeto do Facebook acabou paralisado. Produz agora um efeito concreto, de ter impulsionado a China a correr e tomar uma iniciativa similar, não em nome de uma empresa, mas sim de um país.
A medida é também um movimento preventivo contra a crescente politização do dólar. A moeda americana vem sendo progressivamente utilizada como instrumento de política externa. Em 2019, empresas europeias foram ameaçadas de exclusão do sistema de compensação internacional do dólar pela rede Swift por estarem vendendo para o Irã.
Para se precaver desse movimento, a expectativa é que o e-RMB seja um passo na criação de outro sistema de transações monetárias internacionais que não precise da rede Swift (criada em 1973) para serem completadas. Em vez dessa rede, adota-se estrutura baseada em blockchain, de aplicação global. Só que, em vez de atrelar-se à imprevisibilidade de várias criptomoedas, vincula-se a uma moeda fiduciária emitida por um Estado nacional.
Esse pequeno passo pode ser o bater de asas da borboleta capaz de influenciar o curso natural das coisas e provocar um furacão do outro lado do mundo.
READER
Já era Achar que criptomoeda é coisa de maluco
Já é Explosão de criptomoedas autônomas, como bitcoin, ether e lumen
Já vem A corrida das criptomoedas estatais, em que o vencedor leva tudo"
OPINAMUNDOS
A pandemia revelou a urgência do acesso universal a uma renda mínima, como mitigador da extrema pobreza. Além de empoderar o cidadão no sentido de livre escolha do que fazer com o auxílio recebido, a roda da economia se manteve girando, apesar da queda brusca.
A democratização do acesso a uma renda mínima é um desafio para todas as nações do mundo. A fome, a exclusão e o desamparo só serão mitigadas com políticas sociais que incluam uma renda mínima em seu guarda chuva de ações de inserção ou reinserção do indivíduo ao emprego e/ou geração de renda. O chamado imposto negativo (renda básica cidadã) precisa estar no orçamento e nas reformas do ESTADO.
Quem sabe o PIX poderá financiar de algum modo essa GRANDE REVOLUÇÂO financeira no BRASIL? Caberá aos especialistas a melhor FÓRMULA para essa GRANDE QUESTÃO.
Alex Souza
Leia Mais
Artigo de Viviane Nogueira