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Coisas de Brasília
A história era velha, mas o personagem central era novo. Coisas de Brasília que insiste em escrever a mesma novela às avessas: estrelando mocinho ladrão, povo na mão e mulher popozão. (Alex Campos)
Deserto da vida
O relógio não andava, o tempo descansava e a paisagem era vazia. Era assim que me sentia, sentado naquele trem em plena luz de meio dia. (Alex Campos)
Diálogo insólito
Em uma sala fria de um escritório havia dois personagens conversando horas a fio. Detalhe maior é que nenhuma palavra se ouvia, apenas gruídos. De repente tudo foi esclarecido. Um deles gritou:
- Deu pau! Droga! Você perdeu todo o dialogo que eu lhe escrevia. (Alex Campos)
- Deu pau! Droga! Você perdeu todo o dialogo que eu lhe escrevia. (Alex Campos)
Nada está perdido
Tudo parecia estar perdido pra ele naquele dia. Sua mulher lhe cobrava mais atenção e carinho, seu filho uma roupa de marca e estilo e sua filha aquele vestido bendito. No trabalho seu chefe pedia mais compromisso e os amigos diziam que andava sumido. Mas chegando em casa finalmente veio o alivio. O abano do seu cão chamado Rabito. (Alex Campos)
Caminhada
Tinha caminhado muito naquele dia, o suor do rosto caia as bicas, mas por mais cansado que me sentia de nada valia o esforço que fazia, pois nenhum grama eu perdia. Acordei cansado e suado. (Alex Campos)
Partida emocional
A partida seguia empatada e o tédio tomava conta daquele estádio. Segundos para acabar a peleja, o juiz, a figura mais neutra em campo, fez o que parecia improvável. Apitou um penault inexistente. Que tragédia e que alegria. O tédio não mais tomava conta daquele templo futebolístico. Advertido pelo bandeirinha a figura mais neutra em campo, o juiz, voltou atrás em sua decisão. Que alívio e que tragédia ao mesmo tempo. Placar final, emoções várias e juiz piiiiiiiiii! (Alex Campos)
Almoço de domingo
A cozinha estava movimentada naquele dia, era um entra e sai danado, uma falação daquelas e o cheirinho de comida caseira era convidativo. As crianças inquietas e risonhas estavam proibidas de chegarem perto daquele local sagrado. Ah! Que saudade dos almoços de domingo na casa da vovó. (Alex Campos)
Tocante
O telefone tocou naquela madrugada fria. A saudade estava do outro lado da linha, materializada numa voz meiga e chorosa. O perdão assim nascia no instante que a saudade se esvaia. (Alex Campos)
Mariinha
Chegava à hora da partilha de bens. Um acordo plausível entre as partes parecia impossível. O clima estava tenso entre o casal. Qual seria o destino de Mariinha.
- Ela é minha! – gritava a mulher.
- Minha! Adoro sua empadinha – resmungava o marido.
- Minha! Deixa as roupas limpinhas! – retruca a futura ex-esposa.
- Ok! Troco ela pela casa na Prainha – propôs o ex-marido.
- Fechado! – diz a ex-mulher toda serelepe.
Assim foi selado o destino da empregadinha. Pobre Mariinha que nem casa tinha. (Alex Campos)
- Ela é minha! – gritava a mulher.
- Minha! Adoro sua empadinha – resmungava o marido.
- Minha! Deixa as roupas limpinhas! – retruca a futura ex-esposa.
- Ok! Troco ela pela casa na Prainha – propôs o ex-marido.
- Fechado! – diz a ex-mulher toda serelepe.
Assim foi selado o destino da empregadinha. Pobre Mariinha que nem casa tinha. (Alex Campos)